Mais um ataque ao Programa Nacional de Imunizações – PNI

Cancelar a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades é mais um atentado contra a saúde pública. Esta é mais uma das ordens descabidas e cumpridas pelo ministro da Saúde sem nenhuma referência científica, inclusive afrontando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que aprovou a vacina Pfizer. Ele também vai de encontro dos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e seus conselhos, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS).

O que estamos assistindo, mais uma vez, é uma campanha contra a vacina, essa que salva vidas, há décadas, e nessa pandemia, tem evitado ampliar o número de mortes e de casos do Covid 19 no país. Faltou ao ministro sinceridade ao assumir que não dispõe de imunizantes para toda a população, muito menos a vacina da Pfizer, única que pode ser aplicada nos adolescentes.

Deveria assumir que sequer dispõe de vacinas para os adolescentes com deficiência permanente, com comorbidades, e adolescentes privados de liberdade. E assumir ainda, que está desistindo de ser uma autoridade sanitária que deveria passar segurança à população em momento tão grave da saúde pública. Mas não, cumpre todas as ordens que lhe chegam de um presidente que só prestou desserviço à população, afinal o Ministério da Saúde deve orientar a nação da importância da vacinação, único caminho para seguir salvando vidas. Ao contrário, publica nota informativa num dia, no outro desdiz, muda de orientação, um desmantelo.

O ministro contribui ainda para a ampliação do movimento anti vacina, quando permite as autoridades do Governo Federal induzirem as mães a não deixarem seus filhos serem vacinados, e assim desacreditarem nas decisões sobre os rumos do Plano Nacional de Imunizações (PNI), divulgando nota na última quarta-feira (15/09), afirmando que a “vacinação de todos os adolescentes é segura e será necessária”. Os riscos de efeitos adversos existem em toda e qualquer vacina, mas sabemos que são muito baixos, se comparados à exposição dos adolescentes frente a maior pandemia mundial dos últimos tempos.

Lembremos que os adolescentes, nesse momento, são a maior fonte de transmissão do vírus, por serem um contingente da população que mais se expõe ao vírus. Porque se agrupam, não acreditam que o vírus exista, circulam pelas ruas como se fossem super herois, vão aos bares, festas, praias e outros espaços passíveis de aglomeração. As vezes contraem o Covid 19, de forma leve, em muitos casos, são assintomáticos, sequer sabem que estão doentes, mas são cadeia de transmissão para outras pessoas, principalmente os idosos, e pessoas com comorbidades, que já necessitam da terceira dose. Mais uma decisão lamentável.

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