ORIGEM
Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
PRIMEIROS CASOS NO PLANETA
O novo vírus, que ataca o sistema respiratório, teve seu ponto de partida na região de Wuhan, na China, deixando o mundo todo em alerta. Apelidado pelos cientistas de 2019-nCoV, ele pertence uma grande família de vírus que causam infecções que podem evoluir de um resfriado comum a complicações respiratórias graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS).
OMS – DECRETA EMERGÊNCIA
Em 31 de janeiro de 2020 a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Tal emergência tem como características: origem em um agente infeccioso; eventos alarmantes e preocupantes; consequências políticas e econômicas em um país; e, despertam o interesse da mídia nacional e internacional, afetando gravemente a população. A situação e a emergência causadas pela disseminação do novo coronavírus demandam ações específicas e direcionadas para o cuidado em saúde da população, especialmente em idoso.
O QUE É O CORONAVÍRUS?
Coronavírus é uma família de vírus que causa infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China e provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19).
SINAIS E SINTOMAS
Os sinais e sintomas do coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também podem causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. No entanto, o coronavírus (SARS-CoV-2) ainda precisa de mais estudos e investigações para caracterizar melhor os sinais e sintomas da doença, entre eles: tosse, febre, coriza, garganta inflamada, dor de cabeça, dificuldades respiratórias e pneumonia.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO DO CORONAVÍRUS
Período de incubação é o tempo que leva para os primeiros sintomas aparecerem desde a infecção por coronavírus, que pode ser de 2 a 14 dias.
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE DO CORONAVÍRUS
De uma forma geral, a transmissão viral ocorre apenas enquanto persistirem os sintomas. É possível a transmissão viral após a resolução dos sintomas, mas a duração do período de transmissibilidade é desconhecido para o coronavírus. Durante o período de incubação e casos assintomáticos não são contagiosos.
FONTE DE INFECÇÃO DO CORONAVÍRUS
A maioria dos coronavírus geralmente infectam apenas uma espécie animal ou pelo menos um pequeno número de espécies proximamente relacionadas. Porém, alguns coronavírus, como o SARS-CoV, podem infectar pessoas e animais. O reservatório animal para o coronavírus (COVID-19) ainda é desconhecido.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus. As duas amostras serão encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de Influenza (NIC) e outra amostra será enviada para análise de metagenômica. Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito. Orienta-se a coleta de Aspirado de Nasofaringe (ANF) ou swabs combinado (nasal/oral) ou também amostra de secreção respiratória inferior (escarro ou lavado traqueal ou lavado bronca alveolar).
Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.
TRANSMISSÃO
As investigações sobre as formas de transmissão do coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por gotículas respiratórias ou contato, está ocorrendo.
Qualquer pessoa que tenha contato próximo (cerca de 1m) com alguém com sintomas respiratórios está em risco de ser exposta à infecção.
É importante observar que a disseminação de pessoa para pessoa pode ocorrer de forma continuada.
Alguns vírus são altamente contagiosos (como sarampo), enquanto outros são menos. Ainda não está claro com que facilidade o coronavírus se espalha de pessoa para pessoa.
Apesar disso, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARS-CoV é em média de 7 dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do coronavírus (SARS-CoV-2) sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas.
TRATAMENTO
Ainda não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano. No caso do coronavírus é indicado repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como, por exemplo: uso de medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos); uso de umidificador no quarto ou tomar banho quente para auxiliar no alívio da dor de garanta e tosse.
Atenção: Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar diagnóstico e iniciar o tratamento.
Todos os pacientes que receberem alta durante os primeiros sete dias do início do quadro (qualquer sintoma independente de febre), devem ser alertados para a possibilidade de piora tardia do quadro clínico e sinais de alerta de complicações como: aparecimento de febre (podendo haver casos iniciais sem febre), elevação ou reaparecimento de febre ou sinais respiratórios, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), dor pleurítica (dor no peito), fadiga (cansaço) e dispneia (falta de ar).
NÃO CORRA ÀS FARMÁCIAS EM BUSCA DO HIDROXICLOROQUINA, POIS ESSA MEDICAÇÃO NÃO TRATA O CORONAVÍRUS. TRATA-SE DE UM REMÉDIO UTILIZADO PARA MALÁRIA, ARTRITE REUMATOIDE E LUPUS. ALÉM DISSO, OS EFEITOS COLATERAIS SÃO GRAVÍSSIMOS. CUIDADO!
CUIDADOS
É preciso levar em consideração que um elevado volume de pessoas poderá ser acometido em sua forma grave. Por isso, podemos prevenir lavando as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os cinco momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool; evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas; evitar contato próximo com pessoas doentes; ficar em casa quando estiver doente; cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo; limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência com protocolos de limpeza e isolamento residencial.
CUIDADOS REDOBRADOS – CONTATO PRÓXIMO DE CASOS SUSPEITOS OU CONFIRMADOS DE COVID-19
Uma pessoa que teve contato físico direto (por exemplo, apertando as mãos); uma pessoa que tenha contato direto desprotegido com secreções infecciosas (por exemplo, sendo tossida, tocando tecidos de papel usados com a mão nua); uma pessoa que teve contato frente a frente por 15 minutos ou mais e a uma distância inferior a 2 metros; uma pessoa que esteve em um ambiente fechado (por exemplo, sala de aula, sala de reunião, sala de espera do hospital etc.) por 15 minutos ou mais e a uma distância inferior a 2 metros; um profissional de saúde ou outra pessoa que cuida diretamente de um caso COVID-19 ou trabalhadores de laboratório que manipulam amostras de um caso COVID-19 sem equipamento de proteção individual recomendado (EPI) ou com uma possível violação do EPI.
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Os profissionais da saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção). Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE
Enfermeiros ou outros profissionais, não renunciem aos seguintes materiais:
Máscara padrão de segurança N95/PFF2/N99/N100/ PFF3; máscara cirúrgica; protetor ocular ou protetor de face; luvas; capote/ avental/ jaleco; sabão líquido; álcool em gel; álcool 70%; higienizantes para o ambiente; e saco para descarte de resíduo contaminado.
VACINAÇÃO
A vacina contra influenza não tem eficácia contra o coronavírus. A vacina, composta por vírus inativado, é trivalente e protege contra os três vírus que mais circularam no Hemisfério Sul em 2019: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2).
No entanto, em virtude da pandemia-epidemia de coronavírus, poderá contribuir no sistema imunológico das pessoas e auxiliar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para o covid-19, já que os sintomas são parecidos.
A campanha terá três etapas. Hoje, segunda-feira (23/03) inicia a etapa 1 – grupos prioritários: idosos e trabalhadores da saúde.
Etapa 2- terá início no dia 16 de abril. Pessoas com doenças crônicas, professores (rede pública e privada) e profissionais das forças de segurança.
Etapa 3- começa no dia 9 de maio, dará prioridade a crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas com 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com deficiência, povos indígenas, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.
Lembre-se de evitar aglomerados. Vá aos postos de saúde usando máscara, com dois metros de distância das pessoas e evitando conversas alongadas.
CASOS E MORTE
Segundo o Ministério da Saúde, casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados pelo mundo em pessoas acima de 60 anos, grupo que corresponde a 20,8 milhões de pessoas no Brasil. Por isso, a primeira etapa da campanha contempla esse público. Registra-se ainda 1.546 casos, 25 mortes, ocorridas em São Paulo e Rio de Janeiro (22/03/2020).
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus COVID-19. Ministério da Saúde, 2020b. Disponível em: <https:// portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/fevereiro/13/plano-contingencia-coronavirus-COVID19.pdf> Acesso em mar de 2020.
OMS. Novel Coronavirus (2019-nCoV). Organização Mundial de Saúde, 16 de março de 2020. 2020b. Disponível em: <https://www.who.int/docs/ default-source/coronaviruse/situation-reports/20200316-sitrep-56-covid-19.pdf?sfvrsn=9fda7db2_6.> Acesso em mar de 2020.
SOUSA, MF. Coronavírus: instituições e população devem estar atentas. Correio Brasiliense. Caderno Opinião, Brasília, mar de 2020.