O novo vírus, que ataca o sistema respiratório, teve seu ponto de partida na região de Wuhan, na China, deixando o mundo todo em alerta. Apelidado pelos cientistas de 2019-nCoV, ele pertence uma grande família de vírus que causam infecções que podem evoluir de um resfriado comum a complicações respiratórias graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Os sinais comuns de infecção incluem sintomas respiratórios, febre, tosse, falta de ar e dificuldades respiratórias. Em casos mais sérios, pode causar pneumonia, insuficiência renal e até morte.
Em 31 de janeiro de 2020 a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (Espii). Tal emergência tem como características: origem em um agente infeccioso; eventos alarmantes e preocupantes; consequências políticas e econômicas em um país; e, despertam o interesse da mídia nacional e internacional, afetando gravemente a população. A situação e a emergência causadas pela disseminação do novo coronavírus demandam ações específicas e direcionadas para o cuidado em saúde da população, especialmente em idoso.
O primeiro caso da doença no Brasil foi confirmado nesta quarta-feira, 26 de fevereiro, no estado de São Paulo. Um homem de 61 anos foi diagnosticado com o vírus após viagem a trabalho para Lombardia, Itália e encontra-se em isolamento domiciliar com sintomas leves da infecção. Até o momento 59 casos já foram descartados, 20 casos suspeitos estão sob investigação em sete estados (Paraíba; Pernambuco; Minas Gerais; Espírito Santo; Rio de Janeiro; São Paulo; e Santa Catarina).
Neste momento, é fundamental adotar boas práticas de saúde e estar atento(a) às orientações de comunicação em saúde em situação de risco. Mais que orientar ao uso de máscaras e a lavagem das mãos, é preciso trabalhar o cenário do risco por meio de planos de comunicação desenhados em conjunto com a mídia, os profissionais de saúde e os gestores/tomadores de decisão, a própria população.
A realização de uma boa comunicação no momento de surtos e crises traz como principais benefícios: um público bem informado, consciente sobre os cuidados com a sua saúde, além de transmitir confiança e auxiliar no gerenciamento de crises no setor saúde com a respectiva prevenção da infecção pelo vírus.
Cabe a todos e todas realizar ações para mitigar as consequências desta pandemia-epidemia, mas manter boas práticas de higiene ajuda a evitar a contaminação pelo novo vírus. As principais formas de prevenção são: lavar sempre as mãos, cobrir o rosto com o braço ao tossir ou espirrar, evitar contato com nariz, olhos e boca caso esteja com as mãos sujas e, principalmente, procurar o serviço de saúde caso apresente sintomas da doença. No tocante às autoridades de saúde pública, cabe à Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal (SES-GDF) capacitar profissionais de saúde para o adequado manejo clínico dos casos e fortalecer a rede de atenção à saúde, com foco na atenção primária, para o acolhimento da população.
No âmbito do Ministério da Saúde, devem ser mantidas as ações de monitoramento, vigilância, estabelecimento de diretrizes e protocolos assistenciais, além do papel de gestão da crise que se instala com a confirmação de um novo caso da doença. Lembrando que é possível mudança nos critérios de suspeita e confirmação do diagnóstico. Hoje, só se consideram casos suspeitos no Brasil aqueles em que o paciente manifesta sintomas em até 14 dias após voltar de algum local com alta disseminação do vírus. De acordo com o Ministério da Saúde, os países que se encaixam nesse quesito até o presente são: China, Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Singapura, Vietnã, Tailândia, Camboja, Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália e Malásia.
A nós comunidade acadêmica da Universidade de Brasília (UnB), cabe acionar uma espécie de “força-tarefa”, formada por professores, estudantes, técnicos administrativos e voluntários que atuam em saúde pública, sobretudo em “situação de crise”, em particular, na Faculdade de Ciências da Saúde, nos cabe apoiar as instituições governamentais nas ações de investigações de novo vírus para entender os fatores de risco, aprimorando comunicação de risco e ações de prevenção e tratamento dos caso.
Além de fortalecer a “Sala de Situação em Saúde” de modo que ela possa apoiar o monitoramento da doença e contribuir em ações integradas com outros centros de pesquisas nacionais e internacionais na identificação de lacunas sobre a doença, desenvolver tecnologias e inovar, a partir do desenvolvimento de novos tratamentos e vacinas que possam beneficiar a população.